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No Instituto das Missionárias de Jesus Crucificado, fundado, no Brasil, por Monsenhor Dom Francisco de Campos Barreto, Bispo de Campinas, e Madre Maria Villac, viveu uma piedosa religiosa de nome Irmã Amália de Jesus Flagelado (no batismo Amalia Aguirre). Tal como outras almas privilegiadas – São Francisco de Assis, Padre Pio de Pietrelcina e Teresa Neumann –, ela recebeu em seu corpo os sagrados Estigmas de Jesus.

Amália Aguirre nasceu em Riós, na Galiza, junto à fronteira de Espanha-Portugal, a 22 de julho de 1901. Pertenceu a uma família antiga, de longa tradição cristã, e seus pais eram admirados pela santidade de costumes, pela fervorosa piedade e sua inesgotável caridade para com o próximo. As circunstâncias econômicas e os planos de Deus obrigaram seus pais a deixar a Espanha e a emigrar para o Brasil, cuja língua – o português – lhes era bem conhecida e também permitia comunicar e trabalhar sem dificuldades. Primeiramente estiveram no Estado da Bahia, mas depois se mudaram para o Estado de São Paulo, para a cidade de Campinas.

Inicialmente a jovem Amália não foi com seus pais para o Brasil e ficou a cuidar de sua avó, já muito idosa e doente, que precisava de companhia. Somente após a morte de sua avó é que atravessou o oceano Atlântico, tendo chegado a Campinas-SP no dia 16 de junho de 1919. Em sua pátria natal, já tinha recebido algumas manifestações prodigiosas de Jesus e da Virgem Maria, mas Amália guardava tudo em segredo no seu coração.

A Irmã Amália de Jesus Flagelado pertenceu ao primeiro grupo de jovens freiras, co-fundadoras da Congregação das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, que, no dia 8 de dezembro de 1927, receberam o hábito religioso e que fizeram seus votos perpétuos a 8 de dezembro de 1931.

No outono de 1929, um parente de Irmã Amália apareceu no convento. Ele estava em grande angústia: sua esposa estava gravemente doente e vários médicos lhe declararam que já não havia nenhum remédio que pudesse salvá-la. Ele não sabia mais o que fazer, nem sabia o que Deus esperava dele. Por esse motivo, a Irmã Amália era sua última esperança. Desesperadamente, com uma dor profunda e rompendo em lágrimas, o pobre homem interrogou: “O que vai ser então dos meus filhos?”.

O coração de Irmã Amália sofreu com a aflição desse seu parente e suas inclinações inatas levaram-na imediatamente a querer ajudá-lo de todas as formas possíveis. Assim, enquanto seu parente lhe contava sua triste história, a Irmã Amália rezava interiormente ao nosso Divino Redentor, em profunda reflexão, enquanto pensava com uma mesma intensidade sobre o que poderia oferecer ou fazer.

Enquanto escutava seu parente e sua própria alma, a Irmã Amália sentiu um impulso interior que parecia chamá-la a ir ter com Jesus presente no Sacrário. Quando terminou o encontro com seu parente, ela respondeu fiel e rapidamente a essa voz que soava em seu coração. A Irmã Amália foi para a capela do convento onde se pôs de joelhos diante do altar e, de braços abertos, disse a Jesus Sacramentado:

“Se já não há salvação para a mulher de T., eu mesma estou disposta a oferecer a minha vida pela mãe desta família. Que quereis que eu faça?”.

Nesse momento, Jesus se manifestou e respondeu: “Se deseja obter essa graça, peça-a a Mim pelos merecimentos das Lágrimas de Minha Mãe.”

Perguntou a Irmã Amália: “Como devo eu rezar?”

Foi então que Jesus ensinou as seguintes invocações: “Meu Jesus, ouvi os nossos rogos, pelas Lágrimas de Vossa Mãe Santíssima.”
“Vêde, ó Jesus, que são as lágrimas d’Aquela que mais Vos amou na Terra, e que mais Vos ama no Céu.”

No final, Nosso Senhor acrescentou uma grande e prodigiosa promessa: “Minha filha: o que os homens Me pedem pelas lágrimas de Minha Mãe, Eu amorosamente concedo. Mais tarde, Minha Mãe entregará este tesouro para o nosso querido Instituto, como um sinal de Sua Misericórdia.”

Isto aconteceu no dia 8 de novembro de 1929.

Fontes bibliográficas consultadas:
• Renato Carrasquinho; Nossa Senhora das Lágrimas: Aparições, Mensagens e Devoção. Edição do Apostolado Internacional de Nossa Senhora das Lágrimas (2017).
• Renato Carrasquinho; Devocionário a Nossa Senhora das Lágrimas. Edição especial do Apostolado Internacional de Nossa Senhora das Lágrimas (2017).

Fonte original deste artigo: http://www.nossasenhoradaslagrimas.com/br/irma-amalia/